Monumentos de Portugal
Fortaleza de Sagres
Símbolo dos Descobrimentos Portugueses, a Fortaleza de Sagres está intrinsecamente ligada à figura do Infante Dom Henrique, que aí mandou edificar uma vila fortificada para funcionar como porto de abrigo e defender o promontório, o mais importante ponto de ligação entre o Atlântico e o Mediterrâneo.
Estação do Rossio
Projectada em 1886-87 pelo Arqt.º José Luís Monteiro, o edifício da Estação de Caminhos de Ferro do Rossio caracteriza-se pela conjunção de uma estrutura em ferro e vidro no cais de embarque (como nas suas congéneres europeias), com a utilização de um vocabulário neo-manuelino na zona de recepção dos passageiros. A utilização deste género de linguagem num espaço de cariz funcional, nobilitou-o, transformando-o numa estação terminal de grande impacto, capaz de marcar a cidade pela sua monumentalidade cenográfica.
Central Térmica, "Central-Tejo"
A Central Tejo -central térmica, está associada a um longo processo de electrificação do país iniciado no último quartel do Sec. XIX.
Por iniciativa das Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, a sua construção remonta a 1908, laborando cerca de 66 anos.
O conjunto edificado, reúne vários momentos construtivos, sendo o de maior relevância o de autoria da Casa Veillard e Touzet.
A sua gramática arquitectónica, puramente funcional, caracteriza-se pela utilização do marcante tijolo vermelho e pelos janelões de grandes dimensões que anunciam os amplos vãos internos e a monumental maquinaria aí presente, composta por um conjunto de caldeiras da firma Babcock Wilcox.
Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
Refundado em 1314 pela Rainha D. Isabel de Aragão, o Mosteiro de Santa Clara cedo se transformou numa das mais emblemáticas obras do reino, sendo responsável o importante arquitecto Domingo Domingues.
A igreja foi sagrada em 1330 mas, logo no ano seguinte, registou-se a primeira inundação do complexo.
As restantes dependências monásticas foram construídas em paralelo com as cheias e, no sec. XVI, a constante subida do nível das águas obrigou ao abandono do local, transferindo-se as religiosas para o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
As escavações arqueológicas iniciaram-se em 1995 permitindo identificar as ruínas do claustro entre muitos outros materiais.
Castelo de São Jorge
O lendário castelo conquistado pelas tropas de D. Afonso Henriques em 1147 não é aquele que hoje podemos observar. Ao longo dos séculos a fortaleza foi sucessivamente adulterada, chegando mesmo a correr o risco de desaparecimento pelo final do séc. XIX. A actual estrutura, apesar de conservar algumas parcelas medievais, é o resultado de um inventivo restauro executado nas primeiras décadas do séc. XX.
No interior do recinto, destaca-se o castelejo, edifício de planta quadrangular, de 50 metros de lado, protegido por 10 torres, uma das quais -a de Ulisses-, defendendo a porta principal.
Santuário do Bom Jesus do Monte
Tal como o conhecemos, o santuário é o resultado de múltiplas intervenções arquitectónicas, aliadas a um esforço de actualização estética e catequética que, desde final do século XV, tem reafirmado a vocação religiosa deste espaço.
As principais obras ocorreram no período barroco, acentuando a veneração e a recriação da Paixão de Cristo através de longas escadarias abertas no monte, mas são também muitos os testemunhos do rococó e do neoclassissismo, visíveis nos patamares existentes ao longo do percurso ascensional que conduz à igreja, projectada por Carlos Amarante, em 1784.
Castelo de Estremoz
Iniciado no reinado de D. Afonso III, o castelo de Extremoz foi uma das maiores fortalezas medievais do país, integrando na sua cerca 22 torres. A sua posição estratégica determinou uma relativa centralidade na primeira metade do século XIV, época em que arrancou a construção da grandiosa torre de menagem. Com os seus 27 metros de altura, marca ainda hoje a paisagem, e dela se conhece um enigmático mestre-de-obras, Anton, o mesmo que edificou o Paço de Audiências de D. Dinis. Para fazer frente à guerra contra a coroa espanhola, o sistema defensivo foi ampliado no período da restauração, sob comando do holandês Pascásio Cosmander.
Palácio Nacional da Ajuda
Edificado no Alto da Ajuda, a partir de 1796, o Palácio veio substituir a anterior residência régia, a Real Barraca, uma construção de madeira que D. José tinha mandado erguer após o terramoto de 1755 e que ardeu em 1794.
O projecto original, assinado por Manuel Caetano de Sousa, foi severamente criticado por aqueles que o substituíram e imprimiram ao conjunto uma vertente neoclássica – Costa e Silva e Francisco Xavier Fabri.
Os trabalhos do novo Palácio prolongaram-se durante o Séc. XIX, num processo bastante atribulado que reflectiu a complexa conjuntura económica do pais, razão pela qual o imóvel nunca chegou a ser concluído.
31 de Outubro de 1886- Ponte D.Luiz I
Constituída por dois tabuleiros metálicos, que se destinavam a fazer a ligação rodoviária entre Vila Nova de Gaia e o Porto. Tem de comprimento cerca de 395 metros e de largura 8 metros, compostos por 5,5 metros de faixa de rodagem e 1,25 metros de passeios.
A obra foi adjudicada a 28 de Novembro de 1881, por concurso aberto e foi o engenheiro Teófilo Seyrig quem ficou encarregado pelo projecto.
A construção desta ponte permitia a passagem da estrada real vinda de Lisboa até às províncias do Norte e do Norte do País, tendo constituído umas das obras de maior envergadura no plano rodoviário realizado pelo monarca, Luiz I.
A ponte D.Luiz, construída ao lado do local onde existiu a antiga Ponte Pênsil tem os dois tabuleiros sustentados por um imponente arco de ferro e por cinco pilares.
O arco é formado por duas curvas parabólicas divergentes. O tabuleiro superior apoia-se nos encontros de cantaria e nos três pilares de cada margem do rio. Na sua totalidade foram gastos 3000 toneladas de ferro, sendo que deles 172 metros são de corda e 45 metros são de flecha, componentes do arco da ponte.
O tabuleiro superior foi inaugurado a 31 de Outubro de 1886, dia do aniversário natalício de el-rei D. Luiz, ao qual assistiram, para além das autoridades governamentais, as autoridades municipais administrativas e religiosas da cidade do Porto e de Vila Nova de Gaia.
Ponte D.Maria
Uma das pontes históricas que une a cidade do Porto com Vila Nova de Gaia, foi inaugurada em 4 de Novembro de 1877, facilitou as ligações de comboio entre o sul de Portugal e o Norte. Foi projectada pelo Eng.º Théophile Seyrig, e construída pela empresa de Gustave Eiffel.
Por homenagem a D Maria Pia de Sabóia, foi-lhe atribuído o nome de Ponte D. Maria, distando esta, escassas centenas de metros da ponte D. Luiz I, seu esposo.
O seu estado de degradação, o facto de só possuir uma via não permitindo a passagem simultânea nos dois sentidos, veio acelerar a sua desactivação em 1991.
Foi substitida pela Ponte S. João.
Panteão Nacional- Igreja de Sta. Engrácia
Localizado em São Vicente de Fora, o complexo da igreja de Santa Engrácia, edificado entre os séculos XVII e XX - a demora na edificação está na origem, aliás, da expressão "obras de Santa Engrácia" -, alberga os túmulos de várias personalidades da História de Portugal, por ter sido elevado à categoria de Panteão Nacional em 1916.
Trata-se de uma arquitectura de maneirismo clássico assimilado ao barroco, com planta em cruz grega, três capelas absidadas, espaço central quadrangular e quatro torres nos ângulos.
O exterior é marcado pela ondulação dos alçados, com curvas e contracurvas e alternância (triangular/circular) de frontões que representam uma inovadora e criativa utilização das formas clássicas, o que acentua o dinamismo exterior da massa arquitectónica.
O barroco do portal decorre essencialmente dos elementos esculturais que o ornamentam. Os elementos arquitectónicos testemunham o barroco italianizante. Decoram o edifício colunas de ordem dórica, jónica e compósita. O entablamento é neoclássico.
Amplitude de espaço arquitectónico valorizada por efeitos contrastantes de claro/escuro barroco. Grande harmonia entre a policromia do mármore e a cor alva da parede. Sumptuosidade do estilo joanino na talha dourada do órgão.
Encontram-se aqui os túmulos dos presidentes da República Teófilo Braga, Sidónio Pais e Oscar Carmona, dos escritores João de Deus, Almeida Garrett e Guerra Junqueiro, da fadista Amália Rodrigues e os monumentos evocativos de Luís de Camões, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque, Nuno Álvares Pereira, Vasco da Gama e do infante D. Henrique.
Mosteiro de Alcobaça
O Mosteiro de Sta Maria de Alcobaça faz parte do Património da Humanidade. Segundo a lenda, esta Abadia foi fruto de uma promessa feita por D.Afonso Henriques ao seu primo S.Bernardo. Foi durante a conquista de Santarém. Este mosteiro foi fundado em 1153 , a sua construção durou vários séculos. A primeira igreja de estilo Cisterciense, foi substituida pela segunda que seguiu as influencias de Claraval. O seu pórtico de fachada actual data de 1702, Barroca, veio substituir a original Gótica, tendo permenecido apenas a sua grande abertura redonda.
Basilíca de Mafra
Castelo da Feira
D. João V, rei de Portugal, havia prometido construir uma basílica se a sua esposa, D. Maria Ana Josefa de Áustria, lhe desse descendência. O nascimento da princesa D. Maria Bárbara foi interpretado por este monarca como uma graça divina, pelo que, não olhando a despesas, mandou construir, em Mafra, um enorme edifício composto por uma basílica, um palácio real e um convento com uma das mais belas bibliotecas europeias. Às 7 horas da manhã de 22 de Outubro de 1730, dia em que o rei fazia 41 anos de idade, iniciou-se a festa de consagração da basílica, que se prolongaria até às 7 de manhã do dia seguinte. Foi servido, na ocasião, um banquete popular a 9000 pessoas. As festas acabariam por se estender por mais 7 dias, ao som das melodias dos dois enormes carrilhões mandados vir expressamente de Antuérpia.
Castelo emblemático da arquitectura militar medieval portuguesa, esta fortaleza começou a ser construída no séc. X e foi sucessivamente melhorada ao longo dos tempos.
O aspecto apalaçado que hoje possui, resulta da acção de D. Fernando Pereira ( neto de D. Nuno Alvares Pereira) que, em finais do séc. XV, transformou o castelo em residência senhorial.
A alcáçova adquiriu, então, a planta quadrangular, reforçada nos ângulos por quatro torreões de cobertura em coruchéu.
Devorada pelas chamas em 1722, o castelo foi reconstruído a partir de 1935 e parcialmente escavado em anos recentes.
Fundação Calouste Gulbenkian
Obra marcante da arquitectura e da cultura portuguesas do séc. XX, a Sede e Museu da Fundação Calouste Gulbenkian foram concebidos na década de 60 pelos arquitectos Ruy Athouguia, Pedro Cid e Alberto Pessoa, inaugurando-se o complexo em 1969.
O parque e os equipamentos anexos foram projectados em estreita articulação com o edificado, devendo-se o traçado paisagístico aos arquitectos Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto.
Na década de 80, um outro edifício veio complementar a vocação cultural do conjunto, o ‘Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão’, Inaugurado em 1983.
Domus Municipalis
Ex-libris da cidade de Bragança, os antigos Paços Municipais são um dos mais originais edifícios medievais do país, cuja construção deve situar-se na viragem para o século XIV.
A grande sala de reuniões, poligonal , é iluminada por sucessões de arcarias de volta perfeita e, no interior, o recinto integra um banco corrido onde tinha assento o conselho.
Esta sala sobrepõe-se a uma cisterna de abobada de berço, destinada ao abastecimento de agua à população.
Abandonada e muito adulterada ao longo do tempo, a domus foi integralmente restaurada pelo arquitecto Baltazar de Castro nos anos 20 e trinta do século XX.
Palácio Nacional de Queluz
Considerada a mais elegante residência régia do pais, o Palácio Nacional de Queluz começou por ser uma quinta de recreio nos arredores da capital.
Depois do casamento do Infante D. Pedro com a futura D. Maria I transformou-se num local emblemático, palco das manifestações lúdicas e dos espectáculos que caracterizavam a corte.
O conjunto respira uma linguagem festiva e rococó, que se deve ao arquitecto francês Jean Baptiste Robillon, sucessor de Mateus Vicente de Oliveira na direcção das obras.
Este requinte é visível quer nos interiores, com uma decoração exuberante traduzida na talha dourada, nos espelhos, nos marmoreados ou nos lustres de cristal, quer no exterior, onde se multiplicam os espaços de lazer.
Ruínas de Conímbriga
A primeira ocupação humana de Conimbriga remonta á Proto-História, mas a chegada dos romanos, pelos meados do século I d.C.,rapidamente conferiu ao aglomerado o estatuto de cidade.
A área escavada é ainda reduzida, tendo em conta a totalidade do período urbano, mas são já conhecido alguns edifícios fundamentais, como o Anfiteatro, a casa de Cantaber, o Fórum e uma grande área termal no sector meridional.
No século IV, a cidade foi drasticamente reduzida com a construção de uma muralha, o que determinou o abandono de algumas estruturas romanas.
O Museu foi criado em 1962 e alberga uma colecção inteiramente composta por materiais provenientes das escavações já realizadas.
Centro Cultural de Belém
Resultado de um concurso público de criação de um equipamento singular a construir no emblemático sítio de Belém, o CCB é o resultado do projecto vencedor, assinado pelos arquitectos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado.
Implantando-se a nascente da Praça do Império e apresenta edificados três dos cinco módulos projectados: o Centro de Reuniões, o Centro de Espectáculos, e o Centro de Exposições.
A racionalidade no aproveitamento do espaço, na volumetria e na articulação dos módulos, o corte horizontal à face da pedra, num animado contraste de luz e tons suaves de mármore, os terraços que abrem para o rio em jardins suspensos, são elementos que convidam á fruição de um espaço impar no património arquitectónico português contemporâneo quer se ame, quer se odeie.
Paço dos duques de Bragança
Mandado construir pelo Infante D. Afonso, entre 1420 e 1422, o Paço Ducal de Guimarães é um dos monumentos mais estudados e intervencionados do país. Estrutura-se a partir de um pátio central, em torno do qual se dispõem as dependências organizadas em sectores funcionais. O conjunto que hoje se pode admirar é o resultado de um inventivo restauro iniciado em 1937 e comandado pelo arquitecto Rogério Azevedo, que se inspirou em monumentos análogos da Europa tardo-medieval e numa ilusão de monumentalidade não assegurada pelas ruínas do conjunto que encontrou no inicio do século XX.
Sé de Évora
A maior catedral medieval do país é o resultado de um ambicioso projecto iniciado pelo Bispo D. Durando Pais, sobre uma presumível inacabada igreja.
O plano então definido inspirou-se no da Sé de Lisboa, mas apresenta maior monumentalidade e uma deliberada abertura a concepções góticas.
Na primeira metade do século XIV, sob o impulso do Bispo D. Pedro, aqui trabalhou o famoso escultor Mestre Pêro, a quem se atribui a monumental entrada principal e algumas realizações do claustro.
Foram muitas as obras por que o conjunto passou, em particular na Época Moderna, salientando-se a capela do esporão (1530) e a nova capela-mor, do reinado de D João V e devida ao arquitecto João Frederico Ludovice.
Teatro Nacional de D.Maria II
Símbolo do liberalismo, o teatro D. Maria II- o primeiro de estatuto nacional do país -foi mandado construir pelo governo setembrista, que nomeou Almeida Garrett para liderar o processo.
O edifício, concebido por Fortunato Lodi, instalou-se sobre as ruínas do palácio Estaus, numa das extremidades da Praça do Rossio.
Adapta-se a um modelo neoclássico de raiz palladiana com fachada imponente, que faz lembrar um templo clássico, marcado por colunata e grande austeridade decorativa.
Foi inaugurado em 1846, com uma peça da autoria de Jacinto Heliodoro Loureiro, tornando-se um dos maiores símbolos culturais da capital.
Castelo de Palmela
A ocupação Romana do recinto fortificado de Palmela remonta ao período romano e prosseguiu de forma ininterrupta ao longo da História.
Na época islâmica, os testemunhos mais antigos remontam ao século VIII e dois séculos depois, a fortaleza foi ampliada para ocidente, ocupando praticamente todo o topo do monte.
Sob o domínio português, foi sede da Ordem de Santiago e alvo de múltiplas reformas, destacando-se as efectuadas na época gótica, altura em que se edificou
a monumental torre de menagem que protege a entrada principal.
Posteriormente é a igreja de Santiago do Castelo e as actuais dependências da Pousada, construídas sobre as ruínas do paço da Ordem.
Paço Ducal de Vila Viçosa
O Paço Ducal de Vila Viçosa foi mandado construir por D. Jaime I no inicio do século XVI e, até ao final da centúria, teve duas grandes campanhas de ampliação, a ultima delas ord
enada por D. Teodósio II, que conferiu ao conjunto o actual aspecto.
O projecto maneirista, da autoria do arquitecto Nicolau de Frias, concebeu um edifício de grandes dimensões, com fachada monumental acrescentada em 1610.
Foi também nos primeiros anos do século XVII que os Duques de Bragança patrocinaram um erudito programa decorativo nas salas nobres, que integrou vários conjuntos de pintura mural.
Depois da subida da dinastia de Bragança ao trono, o Paço tornou-se residência estival da corte.
Palácio da Regaleira
A quinta da Regaleira é o resultado da visão muito particular de António Carvalho Monteiro, proprietário entre 1892 e 1921. A concepção do palácio e do parque resulta da conjugação do seu gosto com o projecto do arquitecto e cenógrafo Luigi Manini.
Os jardins exóticos da quinta integram percursos de teor iniciático, com referentes mitológicos, uma gruta artificial e um impressionante poço espiralado.
Estas soluções obedecem a um imenso acervo iconográfico pontuado pela simbólica templária e maçónica, e onde a evocação da História de Portugal é contemplada pela simbólica nacionalista dos estilos arquitectónicos revivalistas, sempre numa linha orientadora de cariz esotérico.
Castelo de Marvão
Marvão deve o seu nome a um dissidente islâmico de nome Ibn
Marwan que, no século IX, aqui se fortificou em atitude desafiante para com o califa de Córdova.
Por 1166, a fortaleza passou para a posse do reino de Portugal e o estatuto fronteiriço determinou uma constante importância no quadro medieval nacional.
A configuração actual do castelo, em três recintos, um da qual rodeando integralmente a vila, deve datar do reinado de D. Dinis, embora com adições posteriores no final da idade média e na época da Restauração.
Na actualidade, é uma das mais belas e preservadas vilas fortificadas de tradição medieval do país.
Palace Hotel do Bucaço
Edificação neomanuelina, o hotel foi construído entre 1888, ano da aprovação do projecto de Luigi Manini, e 1907.
A história deste local é, no entanto, muito anterior, remontando a 1628-30, período em que teve inicio a construção do único ‘deserto’ carmelita existente em Portugal, e do qual apenas a igreja foi conservada e integrada no projecto oitocentista.
Desta obra de arte total faziam parte a mata bem como todas as construções associadas, destacando-se as ermidas e as capelas da Via Crucis, que representam as estações da Paixão.
Arco da Rua Augusta
Planificado para coroar solenemente a rua mais importante da nova
Lisboa pombalina, o Arco da Rua Augusta marca a ligação entre a Baixa e a grande praça real que se abriu fronteira ao Tejo, atrás da estátua equestre de D. José.
A sua construção, bem como a de todo o conjunto de edifícios anexos, arrastou-se até 1873 e o produto final, da autoria de Veríssimo José da Costa, alterou a ideia original de Eugénio dos Santos, resultando numa estrutura monumental de gosto eclético, coroado pelo grupo escultórico de Antoine Calmels e Victor Bastos.
Tumúlo de D.Pedro I
O Túmulo de D. Pedro I é um dos monumentos de maior qualidade alcançada pela arte medieval em Portugal.
Foi construído entre 1360 e 1362 e as múltiplas vantagens veiculadas pelo trabalho escultórico não pode dissociar-se do Túmulo de D. Inês de Castro, obra saída da mão dos mesmos artistas.
Retractando D. Pedro em jacente de grande monumentalidade, as faces das arcas são integralmente decoradas com cenas da vida de S. Bartolomeu ( patrono do monarca) e, nas faces menores, com uma alusão à Boa Morte e à Roda da Vida/Roda da Fortuna, onde se narra a atribulada história de amor de D. Pedro e D. Inês.
Basilíca da Estrela
A construção da Basílica da Estrela deve-se a um voto de D. Maria I, que prometeu edificar um convento para as Carmelitas Descalças, caso tivesse um filho varão.
Em 1777, a rainha escolheu o local e designou o arquitecto Mateus Vicente de Oliveira para executar o projecto real, que foi objecto de algumas alterações realizadas pelo seu sucessor, Reinaldo Manuel.
Decorrente do modelo de Mafra, a igreja é uma das melhores realizações do Barroco tardio, integrando também elementos neoclássicos.
A estatuária monumental da fachada é da autoria de Machado de Castro e no interior conservam-se obras de pintura de Pompeo Battoni.
Elevador do Carmo
Inaugurado em 1902, o Elevador do Carmo foi projectado pelo engenheiro Raul Mesnier de Ponsard para ligar as zonas da Baixa e do Rossio ao Largo do Carmo e sua envolvente.
Exemplar da denominada ‘arquitectura do ferro’, ostenta uma gramática decorativa neo-gótica e compõe-se de duas torres interligadas de quarenta e cinco metros de altura, no interior das quais se deslocam dois ascensores.
O ultimo dos seus sete andares comunica com o Largo do Carmo através de um passadiço metálico e o topo funciona como miradouro privilegiado sobre a cidade.